vaca com moscas dos chifres
Moscas-dos-chifres na bovinocultura: saiba como controlar

Conhecida como Mosca-dos-chifres, a Haematobia irritans é um ectoparasita que afeta os bovinos causando uma série de prejuízos aos rebanhos. Confira detalhes no texto a seguir!

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Introdução

A princípio, uma pequena mosca hematófaga (se alimenta de sangue), a Haematobia irritans, também conhecida como “mosca-dos-chifres” é considerada como uma praga na bovinocultura, sendo responsável por uma série de prejuízos no rebanho. Os impactos negativos da mosca em relação aos bovinos são principalmente o estresse causado nos animais, com consequente queda na produção de carne, leite e couro, além da transmissão de doenças (Carbúnculo Hemático, Leucose, Anaplasmose).

Portanto, a mosca-dos-chifres surgiu na França, espalhando por todo o Continente Europeu, chegando aos Estados Unidos e América Latina, sendo identificada no Brasil por volta de 1976. Dessa forma, sua infestação é mais intensa em animais de raças européias, mestiços, de pelagem escura ou manchas escuras e em machos inteiros por conta do tamanho, maior atividade das glândulas sebáceas e concentração de testosterona (HORNER & GOMES, 1990).

Ciclo de vida da moscas-dos-chifres

No ciclo de vida da Haematobia irritans, apenas as fêmeas de três a cinco semanas abandonam o hospedeiro para realizarem a oviposição. Então, quando o bovino defeca, as fêmeas voam rapidamente e depositam seus ovos (de 10 a 20 ovos) (de cor marrom-avermelhada) embaixo da borda da massa fecal, em até dez ou quinze minutos após a defecação do bovino (porque depois desse tempo as fezes já não se tornam muito atrativas para a mosca).

Nesse sentido, o período de incubação dos ovos é de 24 horas e posteriormente a larva se desenvolve na massa fecal por 5 a 8 dias, migrando em seguida para locais mais secos e formando o pupário. Após mais 5 a 8 dias surgem os adultos, que voam em busca do hospedeiro, recomeçando assim o ciclo. Cabe ressaltar que durante toda a vida, a fêmea pode produzir de 370 a 400 ovos (HONER et al., 1991).

Prejuízos econômicos provocados pelas moscas-dos-chifres:

A mosca-dos-chifres tem o hábito de se alimentar de sangue e para isso pica diversas vezes o couro do animal. Ou seja, essa picada é muito dolorosa, sendo responsável por provocar prurido, irritação subcutânea e o comprometimento da pele dos bovinos (que geralmente é destinada para a indústria de couros e calçados) (FAZOLIN et al. 1997; PINHEIRO et al., 2001). Do mesmo modo, outros prejuízos estão relacionados com as infestações, afinal elas contribuem para o gasto de energia, para a diminuição de tempo de pastejo e redução da ingestão de água, uma vez que, os animais ficam inquietos em uma tentativa de afastar as moscas (CRUZ-VÁSQUEZ et al., 1999; BIANCHIN & ALVES, 2002). Como resultado, estima-se que o Brasil tenha sofrido perdas econômicas de U$ 865 milhões por ano por conta da Haematobia irritans (BIANCHIN et al., 2006), o que reforça a importância de traçar estratégias de controle.

Como realizar o controle das moscas-dos-chifres?

Sobretudo, o controle da mosca-dos-chifres tem como objetivo reduzir as infestações a níveis toleráveis e evitar a possibilidade de haver resistência aos inseticidas. Então, geralmente dois métodos são utilizados, o controle químico (com o uso de inseticidas) e o controle biológico (que utiliza predadores naturais do inseto). Ou seja, dentre os princípios ativos usados no controle químico estão os piretróides e os organofosforados (HORNER & GOMES, 1990).

Em suma, para realizar o controle químico é preciso inicialmente fazer o tratamento de todos os animais, imediatamente antes do início das águas, com produtos organofosforados, o que contribui para a redução de infestações da mosca e dos carrapatos, permitindo que eles entrem na época chuvosa com melhores condições de ganho de peso. No entanto, cabe ressaltar que, no período chuvoso, o tratamento deve ser feito somente em infestações que superam 200 moscas por bovino, utilizando piretróides (HONER & GOMES, 1990).

Contudo, dentre várias soluções ectoparasiticidas, a JA Saúde Animal possui o Insemax Pour-on, à base de Cipermetrina, Clopirifós e Butóxido de Piperonila, que atua no combate de parasitas externos, incluindo a mosca Haematobia irritans. Em suma, o produto é uma associação de Piretróide de última geração com Organofosforado potencializado, que aliados proporcionam potente ação contra ectoparasitos. Então, Insemax tem como vantagem a segurança e a facilidade na aplicação dorso-lombar, o que confere menor estresse ao rebanho e maior eficácia.

Além disso, o Butóxido de Piperonila presente em sua fórmula auxilia na prevenção da resistência antiparasitária devido à ação potencializadora dos Piretróides (Cipermetrina). Nesse sentido, outra vantagem é que possui baixo período de carência para o leite (24 horas) e para o corte (6 dias), permitindo utilização segura em bovinos. Por fim, além da versão de 1 litro, Insemax Pour-on conta com a versão de 5 litros, facilitando o manejo e proporcionando maior economia em comparação aos concorrentes. Para outras informações sobre esse e outros produtos, acesse o nosso site!

Juliana Ferreira Melo

Médica Veterinária / Jornalista

Referências

BIANCHIN, I.; ALVES, R. G. O. Mosca-dos-chifres, Haematobia irritans: comportamento e danos em vacas e bezerros Nelore antes da desmama. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 22, n. 3, 109-113, 2002.

BIANCHIN, I., KOLLER, W. W.; DETMANN, E. Sazonalidade de Haematobia irritans no Brasil Central. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 26, n. 2, 79-86, 2006.

BRITO, L. G., et al. Mosca-dos-chifres: aspectos bio-ecológicos, importância econômica, interações parasito-hospedeiro e controle. Porto Velho: Embrapa Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia, 2005. (Comunicado Técnico, 302).

CRUZ-VÁZQUEZ, C.; et al. Presencia de Haematobia irritans (L)(Diptera:Muscidae) en ganado lechero estabulado de Aguascalientes, México: Informe preliminar. Veterinaria México, v. 30, n. 2, p. 205-208, 1999.

FAZOLIN, M, ARGOLO, V. M., ESTRELA, J. L. V. Criação massal do besouro africano para o manejo integrado da mosca-do-chifre. Acre: Embrapa Agroflorestal do Acre, 1997. (Comunicado Técnico, 78).

HONER, M. R. et al. Mosca-dos-chifres: histórico, biologia e controle. Campo Grande: EMBRAPA/CNPGC, 1991.34 p. (Documentos, 45).

HONER, M. R.; GOMES, A. O manejo integrado da mosca-dos-chifres, berne e carrapato em gado de corte – CH. Campo Grande: EMBRAPA-CNPGC, 1990. 60p. (Circular Técnica, 22).

PINHEIRO, A. C., ALVES-BRANCO, F. P., SAPPER, M. F. M. Efeito da infestação por Haematobia irritans no peso corporal de fêmeas da raça Hereford no RS., Bagé: Embrapa Pecuária Sul, 2001. (Circular Técnica, 23).

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