Terapia de secagem em vacas de leite

Nas vacas leiteiras, mesmo aquelas de alta produção, necessitam ter suas glândulas mamárias submetidas a um período de descanso entre as lactações. Sem esse período há uma sensível redução da produção na próxima lactação (FOLEY et al., 1972; OLIVER; SORDILLO,1988; SCHMIDT et al., 1988; SMITH et al., 1985).

Nesse período conhecido como período seco, suspende-se a ordenha durante algumas semanas antes do parto, sendo que essa interrupção pode ser feita de forma abrupta ou intermitente. A não secagem do animal desenvolve um processo fisiológico de involução da glândula mamária do animal, com considerável redução da produção de leite (SMITH; TODHUNTER, 1982).

A secagem é essencial para evitar infecções intramamárias. As mudanças na função mamária e na composição de sua secreção, durante o período seco, são altamente responsáveis por interferirem de maneira positiva ou negativa na ocorrência de novas infecções da glândula mamária (SMITH; TODHUNTER, 1982). Até 45,7% das novas infecções ocorrem durante esse período seco (BIRGEL, 2006).

Segundo Natzke et al. (1975), as novas infecções no período seco estão diretamente relacionadas com a persistência do agente na glândula, reduzindo consideravelmente a quantidade e qualidade do leite na próxima lactação.

A estratégia utilizada para diminuir o número de novas infecções no período seco e eliminar os patógenos presentes no quarto mamário no processo de secagem é a chamada terapia de secagem ou terapia vaca seca, que consiste na aplicação intramamária, em um único momento, de antimicrobianos formulados em veículos de eliminação e absorção lenta (COSTA, 1999). Adicionalmente, preconiza-se o uso de um selante mamário, reduzindo de forma mecânica a entrada de microorganismos.

A sugestão da J.A Saúde Animal como terapia de secagem é o uso de Intrasec VS, antimicrobiano de longa ação e alta eficácia a base de Cloxacilina Benzatina, no qual deve ser aplicado na dose de uma seringa por teto após a última ordenha na secagem.  Associado ao uso de Intrasec VS, recomendamos o uso de Sela-Teto, selante intramamário a base de Subnitrato de Bismuto, sendo 1 seringa por teto após o uso do antimicrobiano.

Autor: M.V Eduardo Henrique de Castro Rezende – J.A Saúde Animal

 

Referências:

BIRGEL, Daniela Becker. Processo de secagem da glândula mamária de bovinos da raça Holandesa: avaliação física da involução da mama e das características físico-químicas, celulares e microbiológicas da secreção láctea durante o período seco. 2006. 191 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Medicina Veterinária, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

COSTA, E. O. Uso de antimicrobianos na mastite. In: SPINOSA, H. S., GÓRNIAK, S. L., BERNARDI, M. M. Farmacologia aplicada à medicina veterinária. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. p. 422 – 433.

FOLEY, R. C; BATH, D. L.; DICKINSON, F. N.; TUCKER, H. A. Dairy Cattle: principles, practices, problems, profits. Philadelphia: Lea & Febiger, 1972. 693 p.

NATZKE, R. P.; EVERETT, R. W.; BRAY, D. R. Effect of drying off practices on mastitis infection. Journal of Dairy Science, v. 58, n. 12, p. 1828-1835, 1975.

OLIVER, S. P.; SORDILLO, L. M. Udder health in the periparturient period. Journal of Dairy Science, v.71, n. 9, p. 2584 – 2606, 1988.

SCHMIDT, G. H.; VAN VLECK, L. D.; HUTJENS, M. F. Principles of dairy science. New Jersey: Prentice Hall, 1988. 466 p.

SMITH, K. L.; TODHUNTER, D. A. The physiology of mammary glands during the dry period and the relationship to infection. In: ANNUAL MEETING OF NATIONAL MASTITIS COUNCIL, 21., 1982, Louisville, Proceedings… Kentucky: N.M.C, 1982. p. 87-100.

SMITH, K. L.; TODHUNTER, D. A.; SCHOENBERGER, P. S. Environmental mastitis: cause, prevalence, prevention. Journal of Dairy Science, v. 68, n. 6, p. 1531-1553, 1985.

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