Descida do leite em vacas azebuadas

O hormônio responsável pela ejeção do leite é a ocitocina e a liberação deste hormônio normalmente ocorre como uma onda entre 1-2 minutos após o início do reflexo de estimulação tátil ou ambiental (LOLLIVER et al. 2002). As vacas azebuadas, que são mais dependentes de estímulos táteis e ambientais, na maioria das vezes, necessitam de ter o bezerro ao pé para a liberação desse hormônio.

Obviamente existe menor dependência das vacas taurinas quanto ao reflexo à ejeção do leite quando comparado às raças zebuínas, isso pode ser explicado pela intensa seleção genética para a produção de leite que vem ocorrendo nas taurinas a várias gerações (TANCIN, BRUCKMAIER, 2001).

A retirada artificial do leite através de ordenhadeiras mecânicas ou até mesmo pela mão de ordenhadores estranhos ainda não é muito bem aceita em vacas zebuínas. As condições adversas de ordenha (remoção do bezerro durante a ordenha, amamentação de bezerro estranho, ordenha de vacas sem a presença do próprio bezerro, local de ordenha desconhecido) afetam diretamente a ejeção do leite (TANCIN, BRUCKMAIER, 2001).

O grande problema é que a presença do bezerro na sala de ordenha requer mais mão-de-obra e instalações adequadas, o que acaba onerando o sistema de produção. Na tentativa de minimizar estes inconvenientes, tem-se adotado a aplicação de ocitocina exógena para estimular a ejeção do leite sem a necessidade da presença do bezerro durante a ordenha mecânica (LINHARES, 2012).

Essa ocitocina exógena sintética possui as mesmas propriedades químicas e farmacológicas do hormônio natural (LINHARES, 2012), promovendo a ejeção de todo o leite da glândula mamária do animal, inclusive do leite residual.  A quantidade de leite residual representa cerca de 15% do total de leite presente no úbere, sendo que essa fração só pode ser recuperada pela administração exógena de ocitocina (SILANO; SANTOS, 2012).

A J.A Saúde Animal apresenta a Lactocina, medicamento a base de ocitocina sintética de alta eficácia, indicada na descida do leite, indução das contrações uterinas, auxílio na expulsão da placenta, além de ser coadjuvante no tratamento de mastites.

Autores: M. V. Eduardo Henrique de Castro Rezende

Prof. Dr. José Abdo de Andrade Hellu

Referências:

LINHARES, L. P.. OCITOCINA EXÓGENA E LEITE RESIDUAL. 2012. 50 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Magister Scientiae, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2012.

LOLLIVIER,V.; FLAMENT, J.G.; BOUSQUET, M.O.; MARNET, P.G. Oxytocin and removal: two important sources of variation in milk production and milk quality during and between milkings. Reproduction Nutrition Development, v. 42, p.173-186, 2002.

SILANO, C.; SANTOS, M. V. Leite residual pós-ordenha e ocorrência de mastite. Disponível em: <https://www.milkpoint.com.br/mypoint/6239/p_leite_residual_posordenha_e_ocorrencia_de_mastite_mastite_leite_residual_4058.aspx>. Acesso em: 11 jan. 2012.

TANCIN, V.; BRUCKMAIER, R.M. Factors affecting milk ejection and removal during milking and suckling of dairy cows. Veterinary Medicine – Czech v.46, n.4, p.108-118, 2001.

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