Como controlar o balanço energético negativo através da mineralização injetável

A cada dia que passa vemos um aumento significativo na produtividade dos rebanhos leiteiros, resultado da intensa tecnificação da genética, nutrição e sanidade animal. Com o aumento da produtividade, há um aumento também das demandas energéticas, sendo que a condição deficitária de energia, decorrente da ingestão alimentar insuficiente, é denominada de Balanço Energético Negativo (BEN).

Muitas vezes as vacas de alta produção não conseguem ingerir a quantidade necessária de nutrientes para suprir a elevada exigência nutricional determinada pela produção de leite (SANTOS et al., 1993). Nesse caso esses animais mobilizam nutrientes de suas reservas corporais, perdendo peso e diminuindo seu escore corporal. No primeiro mês de lactação, as reservas corporais do animal podem contribuir em cerca de 33% na produção de leite do animal, sendo que a mobilização do tecido adiposo como forma de obtenção de energia pode representar uma produção de 120 a 550kg de leite nas primeiras semanas da lactação (TAMMINGA et al., 1997). É importante ressaltar que quanto maior for a produção de leite do animal, mais longo será o período de permanência em estado de BEN (MAGGIONI et al., 2008).

Para compensar o BEN, o organismo do animal mobiliza as reservas energéticas corporais, reduzindo a condição corporal e elevando os níveis de ácidos graxos não-esterificados do sangue (NEFA) decorrentes da hidrólise dos triglicerídeos (CHILLIARD et al.,1983; CALDEIRA, 2005). Esses ácidos graxos em excesso no organismo ultrapassam a capacidade hepática de β-oxidação, ocasionando na formação de corpos cetônicos, que quando em excesso ocasiona distúrbios neurológicos e metabólicos, como a cetose por exemplo (CHURCH, 1993; DRACKLEY et al., 2001, FLEMING, 1993; GONZALEZ & CAMPOS, 2003; GULAY et al. 2004). A cetose é uma das doenças metabólicas mais relevantes nos rebanhos leiteiros, causando diversos prejuízos, dentre eles o descarte de animais, serviços veterinários, medicamentos, mão-de-obra, diminuição na produção de leite e na taxa de concepção (SCHEIN, 2012).

Além da cetose, as vacas em BEN, por não terem a adequada reserva corporal podem ser mais propensas às doenças infecciosas, transtornos metabólicos, baixa eficiência reprodutiva e redução na produção de leite (PATTON et al. 1988).  Há inclusive algumas doenças indiretamente interligadas ao BEN, como mastite clínica, metrite, deslocamento do abomaso, distúrbios digestivos, entre outras (INGVARTSEN, 2006; MULLIGAN et al., 2006).

Além da dieta adequada às necessidades características dessa fase da vida do animal, uma forma de prevenção a esse desequilíbrio energético é a administração de suplementos estimulantes do metabolismo. Atualmente, a administração de fontes alternativas de minerais em ruminantes tem aumentado de maneira significativa, principalmente por atuar na melhora do aproveitamento energético dos animais. (MCDOWELL, 1999)
O Fósforo orgânico é um dos suplementos utilizados e indicados nas situações em que ocorrem o BEN, podendo ser administrado por via oral ou até mesmo de forma injetável, sendo que o fósforo injetável mais eficaz atualmente é o Butafosfan.

O Butafosfan é um fósforo orgânico que desempenha um papel importante, pois está envolvido no crescimento e diferenciação celular, na composição dos ácidos nucléicos (DNA e RNA) e hormônios (cAMP, cGMP), além de ser integrante de muitos intermediários do metabolismo energético (ATP, ADP), participando de importantes vias metabólicas de utilização e transferência de energia (GONZÁLEZ & SILVA 2006).

Esse mineral orgânico também reduz de forma importante os níveis de cortisol, popularmente conhecido como hormônio do estresse. Além dessa redução das reações metabólicas de estresse, há elevação dos níveis de insulina, que facilita a entrada de glicose na célula, otimizando seu funcionamento e facilitando o armazenamento de energia na forma de glicogênio no fígado e músculos. Adicionalmente, o Fósforo tem influência positiva no aumento do desempenho reprodutivo do rebanho (COZZOLINO, 2007).

Comumente associado ao Butafosfan, encontra-se a Cianocobalamina (Vitamina B12), que em associação sinérgica com o mineral corrobora para o estímulo do metabolismo energético, convertendo os ácidos graxos voláteis em succinil-CoA, substrato gliconeogênico advindo do Ciclo de Krebs (KENNEDY, 1990). Essa vitamina também age como estimulante da hematopoese e apetite, sendo muitas vezes utilizado como coadjuvante no tratamento de animais em estado de convalescência.

A J.A Saúde Animal lançou recentemente o Catofós®, um produto a base de Butafosfan, um fósforo orgânico de alta eficácia e biodisponibilidade associado a Vitamina B12, importante na estimulação do apetite e da hematopoiese. O Butafosfan contido no Catofós® é um tipo de fósforo orgânico que fornece os importantes íons que servem como catalisadores e também como substrato nos processos metabólicos energéticos.

 

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Autor: Eduardo Henrique de Castro Rezende

Médico Veterinário (CRMV-SP – 38.327)

Coordenador de Marketing e Produção Técnica da J.A Saúde Animal

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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