Mastite ambiental

A mastite, caracterizada como um processo inflamatório da glândula mamária, é um dos principais entraves na bovinocultura leiteira, ocasionando grandes prejuízos para a atividade. O maior deles é a queda na produção do leite, seguida do leite descartado, custo com reposição, redução do valor comercial, medicação, serviços veterinários etc1.

Os micro-organismos causadores de mastite são divididos em duas categorias: espécies contagiosas ou ambientais, variando de acordo com a fonte de infecção e a forma de transmissão. A principal fonte de agentes contagiosos é a glândula mamária das vacas infectadas, sendo transmitido geralmente de um animal para o outro, através do equipamento de ordenha ou das mãos dos ordenhadores. Já a mastite ambiental é aquela causada pelos micro-organismos advindos do ambiente, ocorrendo em sua maioria nos intervalos entre ordenhas ou no período de secagem2.

Os principais agentes ambientais são os coliformes (E. coli) e algumas espécies de estreptococos (Streptococcus uberis e dysgalactiae), sendo o ambiente onde a vaca vive o local onde esses agentes são encontrados. A mastite ambiental caracteriza-se por ser uma infecção curta, que resulta em queda acentuada da produção de leite e até mesmo a morte da vaca. Segundo alguns estudos, propriedades com baixas quantidades de CCS possuem maior predisposição para mastite ambiental3.

 

Uma das classes de antimicrobianos mais utilizadas no controle das infecções intramamárias é a dos Penicilínicos, na qual se inclui a Amoxicilina 4, 5. Os penicilínicos sozinhos possuem eficácia limitada a determinadas bactérias devido ao fato de algumas delas produzirem enzimas que destroem a penicilina (conhecida como beta-lactamases). Entretanto quando se associa a Amoxicilina com o Clavulanato de Potássio, há a inibição das beta-lactamases, permitindo que a Amoxicilina consiga combater de forma mais eficaz os agentes patogênicos da mastite 6, 7, 8. Outra grande vantagem da Amoxicilina é o seu alto potencial de difusão na glândula mamária da vaca. Para tratamentos intramamários o ideal é que se use ácidos fracos (amoxicilina, cefoperazone, penicilina etc.), pois apresentam melhor distribuição do que bases fracas (diidroestreptomicina, eritromicina, pirlimicina)6, 7.

A única associação de Amoxicilina com Ácido Clavulânico do Brasil é o Mastite Clínica VL, medicamento de amplo espectro e alta eficácia na resolução das mastites. Além da associação antimicrobiana, o produto possui em sua formulação a Prednisolona, anti-inflamatório esteroiodal que atua na redução do inchaço e da dor local, promovendo maior conforto ao animal9.

Pesquisas realizadas compararam a sensibilidade dos principais agentes contagiosos e ambientais da mastite em relação a determinados antibióticos. A Amoxicilina associada ao Ácido Clavulânico (Mastite Clínica VL), demonstrou ser o melhor tratamento, com mais de 80% de eficácia, seguido da Cefoperazona. (Gráfico 1)10. Outro trabalho demonstrou a efetividade da associação de Amoxicilina e Ácido Clavulânico especificamente contra determinados agentes de mastites, apresentando eficácia superior a 90%, corroborando com o estudo anterior11.

 

Fonte: Aires, 2010
Fonte: Vasi, 2009

 

 

 Autor: Eduardo Henrique de Castro Rezende – Médico Veterinário – J.A Saúde Animal

 

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Referências bibliográficas

  1. PHILPOT, W.N.; NICKERSON, S.C. Mastitis: Counter Attack. Naperville: Babson Bros, 1991. 150p.
  2. SANTOS, J. E. P. et al. Effect of timing of first clinical mastitis occurrence on lactational and reproductive performance of Holstein dairy cows. Animal Reproduction Science, 2004, v. 80, p.31-45.
  3. TOMAZI, T.; GONÇALVES, J. L.; SANTOS, M. V. Controle da mastite em rebanhos leiteiros de alta produção. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BUIATRIA, 10., 2013, Belém. Anais…Botucatu: Revista Veterinária e Zootecnia, UNESP, 2013. p.40.
  4. Watts JL, Salmon SA (1997). Activity of selected antimicrobial agents against strains of Staphylococcus aureus isolated from bovine intramammary infections that produce beta-lactamase. J Dairy Sci, 80: 788-791.
  5. De Oliveira AP, Watts JL, Salmon SA, Aarestrup FM (2000). Antimicrobial susceptibility of Staphylococcus aureus isolated from bovine mastitis in Europe and the United States. J Dairy Sci, 83: 855-862.
  6. Gentilini E, Denamiel G, Llorente P, Godaly S, Rebuelto M, DeGregorio O (2000). Antimicrobial susceptibility of Staphylococcus aureus isolated from bovine mastitis in Argentina. J Dairy Sci, 83: 1224-1227.
  7. Owens WE, Ray CH, Watts JL, Yancey RJ (1997). Comparison of success of antibiotic therapy during lactation and results of antimicrobial susceptibility tests for bovine mastitis. J Dairy Sci, 80: 313-317.
  8. Costa EO, Benites NR, Guerra JL, Melville PA (2000). Antimicrobial susceptibility of Staphylococcus spp. isolated from mammary parenchymas of slaughtered dairy cows. J Vet Med B Infect Dis Vet Public Health, 47: 99-103.
  9. Lees P. (1991): New insights into the pathogenesis of mastitis: General aspects of inflammation. Flemish Veterinary Journal 62, 43–54.
  10. AIRES, Túlia Andreia Cordeiro Pinto. Mastites em Bovinos: caracterização etiológica, padrões de sensibilidade e implementação de programas de qualidade do leite em explorações do Entre-Douro e Minho. 2010. 87 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2010.
  11. VASIL, M. ETIOLOGY, COURSE AND REDUCTION OF INCIDENCE OF ENVIRONMENTAL MASTITIS IN THE HERD OF DAIRY COWS. Slovak J. Anim. Sci, Eslováquia, v. 3, n. 42, p.136-144, mar. 2009.

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